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Estudo mostra que até pequenas quantidades de álcool aumentam o risco de demência

Uma nova pesquisa da Universidade de Oxford, publicada na revista BMJ Evidence Based Medicine, revelou que não há nível seguro de consumo de álcool para o cérebro humano, mesmo pequenas quantidades podem aumentar o risco de demência ao longo da vida.
Neste artigo, você vai entender:
-> O que o novo estudo descobriu sobre álcool e demência;
-> Por que o mito do “beber pouco faz bem” caiu por terra;
-> Como o álcool afeta o cérebro e acelera o declínio cognitivo;
-> Estratégias de prevenção e cuidado com a saúde mental.
O que diz o novo estudo
Pesquisadores de Oxford analisaram dados de mais de 2,4 milhões de pessoas de biobancos dos Estados Unidos e do Reino Unido, acompanhadas por até 12 anos. Nesse período, mais de 14 participantes desenvolveram algum tipo de demência.
Os resultados mostraram que o risco de demência cresce conforme o aumento do consumo de álcool, mesmo em níveis considerados baixos.
- Beber mais de 40 doses por semana aumentou o risco em 41%.
- Pessoas com diagnóstico de dependência alcoólica tiveram 51% mais risco de desenvolver demência.
- A cada 1 a 3 doses semanais adicionais, o risco subia cerca de 15%.
Além disso, o estudo refutou a ideia de que o consumo leve pudesse proteger o cérebro. Segundo os autores, essa impressão vinha de um erro estatístico conhecido como causalidade reversa, ou seja, pessoas que já estavam começando a apresentar sintomas de demência tendiam a reduzir o consumo, o que fazia parecer que beber pouco era benéfico, quando na verdade não era.
Por que o mito do “beber pouco faz bem” caiu por terra
Durante décadas, parte da literatura científica sustentou que pequenas doses de álcool, especialmente vinho, poderiam ter efeito protetor sobre o coração e o cérebro. No entanto, novas análises genéticas mostraram que qualquer quantidade de álcool está associada a alterações nocivas nas funções cerebrais.
O estudo de Oxford foi um dos mais robustos a demonstrar que o álcool atua de forma neurotóxica, mesmo em doses pequenas, interferindo na comunicação entre os neurônios e acelerando processos inflamatórios e degenerativos no sistema nervoso central.
Como o álcool afeta o cérebro
O consumo frequente de álcool, ainda que moderado, pode causar:
- Redução do volume cerebral em regiões ligadas à memória e aprendizado;
- Alterações cognitivas sutis que evoluem com o tempo;
- Maior vulnerabilidade a quadros de ansiedade, depressão e insônia;
- Envelhecimento cerebral precoce.
Esses efeitos somam-se a outros riscos já conhecidos, como doenças hepáticas, cardiovasculares e maior propensão a acidentes e comportamentos de risco.
Prevenção e cuidado
Os autores do estudo são categóricos: a melhor estratégia de prevenção é reduzir o consumo de álcool ou eliminá-lo completamente.
Quem percebe dificuldade em reduzir ou parar de beber deve procurar ajuda profissional. Psicólogos e psiquiatras especializados em dependência química podem orientar estratégias seguras de redução de danos e tratamento personalizado, com acolhimento e sigilo.
A mensagem central do estudo é clara: não existe consumo “seguro” de álcool para o cérebro. Mesmo pequenas quantidades podem comprometer a saúde cognitiva a longo prazo. Cuidar da mente envolve também repensar hábitos cotidianos e buscar apoio quando necessário.
Referência: Portal G1