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Quando o espelho vira inimigo: o peso da autoimagem distorcida

Nem sempre é só sobre estética.
Às vezes, é sobre dor, e uma autoimagem tão distorcida que nenhuma mudança parece suficiente.
Por trás de muitos procedimentos estéticos arriscados, pode existir mais do que um desejo de mudança: pode haver sofrimento.
A percepção distorcida da própria imagem tem levado muitas pessoas a intervenções cada vez mais invasivas, caras e até perigosas. A busca por um “eu ideal” que nunca chega, por um rosto mais fino, um corpo mais magro, uma pele perfeita, olhos de outra cor… Tudo isso alimentado por filtros, comparações e padrões irreais que nos bombardeiam todos os dias.
Mas e quando essa busca passa a dominar a rotina, a autoestima e até a saúde física?
Essa pode ser a hora de se perguntar: o que, de fato, estou tentando mudar? O que estou tentando apagar?
Transtornos ligados à autoimagem, como o transtorno dismórfico corporal, afetam a forma como a pessoa se enxerga, e a forma como se sente em relação a isso. Não é frescura, vaidade ou exagero. É dor real, que precisa ser acolhida e tratada.
Cuidar da aparência é legítimo. Mas cuidar da mente é essencial.
Se o espelho virou motivo de sofrimento, a terapia pode ser o primeiro passo para reconstruir a relação com quem você realmente é, além da imagem.
Que esse texto sirva de alerta e acolhimento. Se você sente que sua aparência se tornou uma fonte constante de angústia, busque apoio. O cuidado com a saúde mental também passa por como a gente se vê e se sente.