Blog
Terceira idade: quando o silêncio fala mais do que mil palavras

O silêncio na terceira idade pode ser um pedido de ajuda. Precisamos olhar com mais atenção para o sofrimento psíquico de quem envelhece:
“Ele só está mais quieto.”
“Ela dorme o dia todo, mas é a idade, né?”
“Ele perdeu o interesse por tudo… mas já viveu tanto.”
Essas frases, ditas com naturalidade por filhos, netos e cuidadores, muitas vezes escondem algo mais profundo do que apenas o passar dos anos. Elas refletem uma tendência perigosa de normalizar sinais que podem indicar problemas emocionais na terceira idade, algo que nem sempre grita, mas que pode estar se manifestando em silêncio.
Essa é uma fase de transições marcantes: perdas afetivas, mudanças na rotina, aposentadoria, limitações físicas, distanciamento social. Tudo isso pode desencadear sentimentos de tristeza, medo, solidão ou desamparo. O problema é que muitos desses sinais são interpretados como parte “normal” do envelhecer, o que atrasa ou até impede a busca por ajuda.
Depressão, ansiedade, transtornos de humor e até quadros psicóticos também acometem pessoas idosas. Mas, como o comportamento pode ser mais silencioso ou atribuído ao avanço da idade, o sofrimento emocional nessa fase da vida é frequentemente invisibilizado, dentro das famílias, em alguns serviços de saúde e até nos espaços de convivência.
Mudanças sutis como um novo padrão de sono, perda de interesse por atividades antes prazerosas, isolamento social, alterações no apetite ou um olhar distante demais podem ser sinais de que algo não vai bem. E o pior que podemos fazer é ignorar. O idoso que “está só mais quieto” pode estar enfrentando uma dor profunda, em silêncio.
Na MAIA+, acreditamos que envelhecer com dignidade também inclui cuidar da saúde mental. E isso começa com escuta ativa, sensibilidade às mudanças e acolhimento de qualidade. Nosso trabalho é feito com presença, respeito e atenção a cada sinal, mesmo os mais pequenos.
Se esse conteúdo fez sentido pra você, compartilhe. Pode ser o primeiro passo para um cuidado que ainda falta. Porque ninguém deve ser deixado de lado quando começa a se calar.